quinta-feira, 9 de julho de 2015

Nossa Senhora da Esperança

 
 
Hoje, 09 de julho, o Carmelo celebra NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA !!!
 
Ela é a Titular de nosso Carmelo.
 
 
A devoção à Nossa Senhora da Esperança
é muito antiga na Igreja.
Ela remonta aos primeiros séculos do Cristianismo.
Foi oficialmente reconhecida em 656, no Concílio de Toledo. 
 
Na Espanha, a mesma devoção é conhecida sob o título de
" Nossa Senhora do Ó ".
Este nome está intimamente ligado ao Advento, Tempo Litúrgico em que a Igreja comemora o período de espera do Salvador prometido.
No Ofício Divino da última semana que precede a festa do Natal,
encontramos sete antífonas referentes à vinda de Cristo
e todas elas começam com a exclamação:
" Ó Sabedoria, ... "; " Ó Adonai, ... "; " Ó Raiz de Jessé, ... ";
" Ó Chave de Davi, ... ";
" Ó Sol nascente justiceiro, ... "; " Ó Rei das Nações, ... "; "
Ó Emanuel, ... ".
Dai a expressão " Nossa Senhora do Ó ".
 
Da Espanha essa devoção se espalhou pela Europa,
sendo conhecida em Portugal com o nome de
Nossa Senhora da Esperança.
Em certos países da Europa, costuma-se dizer, ainda hoje, que
uma senhora " está na esperança " quando ela aguarda um bebê.
Por isso, " Nossa Senhora do Ó " se chama também " Nossa Senhora da Esperança ".
 
De Portugal a devoção à Nossa Senhora da Esperança foi trazida para o Brasil
pelos primeiros colonizadores portugueses que aqui chegaram,
porque seu culto havia se afervorado no ciclo dos descobrimentos pela
intensa fé dos navegadores que, sob  a sua proteção, se aventuravam
 " por mares nunca d'antes navegados ".
No dia 26 de abril de 1500, Frei Henrique de Coimbra celebrava a primeira Missa em terras brasileiras.
E, sobre o Altar improvisado, encontrava-se a imagem de
Nossa Senhora da Esperança,
que acompanhara a expedição de Cabral, desde Portugal.
Uma prova deste fato encontramos na obra de Damião Perez,
" História da Colonização Portuguesa no Brasil ",
editada no Porto em 1924.
Na página 25 desta obra, Jaime Cortesão nos apresenta uma gravura
de Nossa Senhora, com a seguinte inscrição:
" Imagem de Nossa Senhora da Esperança, que acompanhou Pedro Álvares Cabral
na viagem do descobrimento do Brasil ".
 
Mas, onde se encontraria aquela imagem histórica ?
Na obra citada acima, não encontramos outras referências.
Hoje, entretanto, já temos uma resposta satisfatória.
É G. Herstal quem no-la dá, em seu livro:
" Imagens religiosas do Brasil ", editado em São Paulo, em 1956.
Ali ele nos diz claramente que ela se encontra
" ... na quinta de Belmonte, em Portugal... ".
 
Uma réplica desta imagem histórica foi trazida,
 no dia 23 de abril de 1969, de Portugal para o Brasil,
desta vez, porém, de avião.
 
No dia 26 a imagem foi colocada sobre um Altar improvisado,
no local onde era o barracão e posteriormente,
após a conclusão de nossa igreja, para ela transferida.
Eis, em resumo, a história da devoção e
da imagem de Nossa Senhora da Esperança.
Ela, que trouxe a fé cristã para o Brasil e
reavivou o Cristianismo no coração de nossos paroquianos,
pede-nos que vivamos nossa fé de maneira sempre autêntica e convicta.
Nossa padroeira, Nossa Senhora da Esperança,
continua a ser venerada na Igreja Paroquial de Belmonte, terra de
Cabral, Diocese da Guarda , na Província de Beira Alta.
O enlevado testemunho de fé em Nossa Senhora da Esperança
tornou-se motivo para que, em 27 de abril de 1962,
uma comissão composta de representantes das províncias
de Beira Alta e Beira Baixa,
sob a presidência do Sr. Bispo da Guarda,
entregasse à Arquidiocese de Brasília,
uma cópia fiel da imagem de Nossa Senhora da Esperança,
que foi entronizada na Igreja de Nossa Senhora de Fátima,
na capital do Brasil.
No dia 26 de abril de 1962, esta comissão
havia promovido uma Romaria a Porto Seguro,
onde o Bispo da Guarda rezou Missa no local
onde, 462 anos antes, Frei Henrique de Coimbra
rezara a primeira Missa em Terras de Santa Cruz.
Após esta Romaria.
a primeira Missa rezada no Brasil passou a ser comemorada anualmente
na mesma data em Belmonte e em Porto Seguro,
estabelecendo-se uma corrente espiritual que vem reforçar a tradicional
amizade entre os dois povos.
Dia 26 de abril passou a ser também,
para a nossa Paróquia,
o dia de Nossa Senhora da Esperança.
 
Extraído dos arquivos da Paróquia.
 
TODAS AS NOSSAS SENHORAS - Internet.
 
 

Imagem de Nossa Senhora da Esperança,
na Capela do Carmelo Nossa Senhora da Esperança.
São João da Boa Vista - SP

terça-feira, 7 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
 
 
 
Hoje, 07 de julho, inicia-se a Novena em louvor
a
Nossa Senhora do Carmo
 
Oração
 
Ó bendita e Imaculada Virgem Maria, Honra e Esplendor do Carmelo !!!
 
Concedei a vossa Bênção para todos os que levam, com carinho, o vosso Escapulário.
 
Olhai para mim e cobri-me com o Manto de vossa maternal proteção.
 
Dai-me forças para vencer com Fé as contrariedades de cada dia.
 
Iluminai o meu pensamento, o meu Coração, a minha Vida toda.
 
Enchei-me com a Sabedoria do vosso Filho Jesus.
 
Acendei a minha Fé.
 
Fortalecei a minha Esperança.
 
Animai a minha Caridade,
 
o meu Amor a Deus e ao próximo.
 
Fazei-me verdadeiro apóstolo do vosso Filho Jesus, nosso Irmão.
 
Que eu nunca falte a quem precisar de mim.
 
Apresentai-me todos os dias à Santíssima Trindade.
 
E que no Céu possa estar convosco, louvando e agradecendo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
 
Amém.
 
 
 

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
 
 
Ó minha senhora e minha Mãe, eu me ofereço toda a vós e em prova de minha devoção para convosco, eu vos consagro neste dia. os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu Coração e inteiramente todo o meu ser; e porque assim sou vossa, ó incomparável Mãe, guardai-me, defendei-me, como coisa e propriedade vossa. Amém.
 


domingo, 5 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
 
 FLOR  DO  CARMELO

Ó Maria, flor do Carmelo,

vinha florida,

esplendor do Céu,

Virgem Mãe incomparável,

doce Mãe, mas sempre Virgem.

Às vossas filhas

dai as vossas Graças.

Ó Estrela do mar !!!



sexta-feira, 3 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
 
 
 
Ó Santíssima e Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, eu, hoje, vos escolho para Mãe e Senhora, para minha Padroeira e Advogada, depondo nas vossas benditas mãos, o meu corpo e a minha Alma, a minha Vida e a minha morte, tudo quanto me pertence, a fim de que, de tudo disponhais à vossa vontade.
 
Recebei-me, felicíssima Rainha dos Céus, como vossa escrava, e fazei que também seja e perpetuamente permaneça escrava de Vosso Filho, Jesus Cristo. Amém.


Vocação 8


 
 
 
Faze-te ao largo
 
 
 
Faze-te ao largo.
Solta as amarras.
A fala dos homens,
o peso do Mundo,
e lança-te ao mar,
no meu Amor profundo.
 
Faze-te ao largo.
Lança as redes
e confia
no meu Reino.
A esperança
traz a bonança
após a grande pescaria.
 
Faze-te ao largo.
Entra no meu descanso
e silencioso
abandona o timão.
Este lugar espaçoso
a que chegas agora
é o remanso
do meu coração.
 
 
 
 


quinta-feira, 2 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
 
 
Clementíssima Rainha do Céu e dispensadora liberalíssima dos bens celestiais, a quem em tudo desejo agradar, eu me ofereço a mim mesma, e os pensamentos, palavras e obras de toda a minha Vida e particularmente neste dia, primeiramente para a Glória de Deus, e depois, para Honra e Glória vossas.
 
Proponho firmemente evitar todas as faltas, e ajudada com a Graça de Vosso Filho, desejo fazer, com perfeição, todas as minhas obras.
 
Suplico-vos, com todo o ardor de que sou capaz, Rainha misericordiosíssima e Mãe de Deus, que vos digneis amparar-me e dirigir-me em todas elas, intercedendo por mim. Amém.


quarta-feira, 1 de julho de 2015

Nossa Senhora do Carmo

 
Stella Maris
Imagem de Nossa Senhora do Carmo - Igreja no Carmelo de Haifa - Israel
 
 
O mês de julho é dedicado a Nossa Senhora do Carmo, sendo seu dia celebrado a 16 de julho.
 
 
Oração
 a
Nossa Senhora do Carmo
 
Ó Santíssima e Imaculada Virgem Maria, ornamento e glória do Carmelo, vós que velais tão particularmente sobre os que vestem o vosso sagrado Hábito, velai também sobre nós e cobri-nos com o Manto de vossa maternal proteção.
 
Fortalecei nossa fraqueza com o vosso poder e dissipai com a vossa Luz as trevas do nosso coração.
 
Aumentai em nós a Fé, a Esperança e a Caridade. Ornai nossa Alma com todas as Virtudes, a fim de que ela se torne sempre mais amada pelo vosso Divino Filho.
 
Assisti-nos durante a Vida, consolai-nos com a Vossa amável presença na hora da morte, e apresentai-nos à Santíssima Trindade como vossos filhos e servos fiéis, para que nós possamos louvar-vos eternamente no Céu. Assim seja.
 

 



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Seqüência da Missa de Corpus Christi

 Ostensório de Lanciano - Itália
 
Terra, exulta de alegria,
louva teu pastor e guia
com teus hinos, tua voz!
 
Tanto possas, tanto ouses,
em louvá-lo não repouses:
sempre excede o teu louvor!
 
Hoje a Igreja te convida:
ao pão vivo que dá vida
vem com ela celebrar!
 
Este pão que o mundo creia!
por Jesus, na santa ceia,
foi entregue aos que escolheu.
 
Nosso júbilo cantemos,
nosso amor manifestemos,
pois transborda o coração!
 
Quão solene a festa, o dia,
que da Santa Eucaristia
nos recorda a instituição!
 
Novo Rei e nova mesa,
nova Páscoa e realeza,
foi-se a Páscoa dos judeus.
 
Era sombra o antigo povo,
o que é velho cede ao novo:
foge a noite chega a luz.
 
O que o Cristo fez na ceia,
manda à Igreja que o rodeia
repeti-lo até voltar.
 
Seu preceito conhecemos:
pão e vinho consagremos
para nossa salvação.
 
Faz-se carne o pão de trigo,
faz-se sangue o vinho amigo:
deve-o crer todo cristão.
 
Se não vês nem compreendes,
gosto e vista tu transcendes,
elevado pela fé.
 
Pão e vinho, eis o que vemos;
mas ao Cristo é que nós temos
em tão ínfimos sinais...
 
Alimento verdadeiro,
permanece o Cristo inteiro
quer no vinho, quer no pão.
 
É por todos recebido,
não em parte ou dividido,
pois inteiro é que se dá!
 
Um ou mil comungam dele,
tanto este quanto aquele:
multiplica-se o Senhor.
 
Dá-se ao bom como ao perverso,
mas o efeito é bem diverso:
vida e morte traz em si...
 
Pensa bem: igual comida,
se ao que é bom enche de vida,
traz a morte para o mau.
 
Eis a hóstia dividida...
Quem hesita, quem duvida?
Como é toda o autor da vida,
a partícula também.
 
Jesus não é atingido:
o sinal que é partido;
mas não é diminuído,
nem se muda o que contém.
 
Eis o pão que os anjos comem
transformado em pão do homem;
só os filhos o consomem:
não será lançado aos cães!
 
Em sinais prefigurado,
por Abraão foi imolado,
no cordeiro aos  pais foi dado,
no deserto foi maná...
 
Bom Pastor, pão de verdade,
piedade, ó Jesus, piedade,
conservai-nos na unidade,
extingui nossa orfandade,
transportai-nos para o Pai!
 
Aos mortais dando comida,
dais também o pão da vida;
que a família assim nutrida
seja um dia reunida
aos convivas lá do céu!
 


quarta-feira, 8 de abril de 2015

Sasnta Teresa de Jesus - Doutora da Igreja


Diante da Estátua

 

      Teresa já atingira os quarenta anos, quando fez a experiência de um acontecimento ordinário-extraordinário. Num fim de tarde, estava se dirigindo para a ampla cela, quando inadvertidamente deu com uma Estátua colocada ao longo da parede, que ainda hoje se venera no Convento. A Estátua representa Cristo na Coluna, no momento em que é flagelado pelos algozes. Imagens são criações de pintores ou escultores e podem ser contempladas primeiramente sob um ângulo artístico. Porém, nisto ainda não se esgota todo o seu significado, visto que as imagens sempre contêm uma mensagem. As imagens possuem uma linguagem, muitas vezes, até uma linguagem muito insistente, que, não raro, é mais vigorosa do que muitos sermões mornos. Por isso, todo o movimento iconoclasta, destruidor de imagens, é, em princípio, errado. Imagem e palavra se completam reciprocamente: formam um todo e não podem ser separadas. Teresa também fez esta experiência. Pensativa, parou diante da Estátua, contemplando-a profundamente. O Senhor coberto de tantas Chagas, inundado de Sangue, padecia as Dores sem soltar gritos. Porém, não devemos contemplar a cena com o sentimento lânguido que diz: “A representação é realista demais: prefiro cenas mais amenas !”. Seja como for, Teresa já vira imagens semelhantes; sem refletir muito, passara indiferente diante delas.

       Agora, porém, como sob uma Ordem Superior, parou diante da Estátua, descobriu como o Sangue escorria pelo Corpo de Cristo e os tormentos que o Homem das Dores tinha de suportar. Subjugada pela contemplação da cena, dobrou os joelhos e caiu banhada em lágrimas. Este foi um momento decisivo na Vida de Teresa. Apesar de todos os desejos de dissipação, ainda não estava tão embotada que não fosse mais capaz de vivenciar de maneira real essa irrupção elementar em toda sua realidade.   Confusa, Teresa, quarentona, sentiu a indignidade de sua existência no Convento mundanizado e sua piedade medíocre. O Senhor sofreu, e ela se entregava a conversas frívolas; Cristo

se humilhou, e ela corria atrás de novidades. Este contraste irreconciliável golpeou-a como uma martelada. E um arrependimento, como até então nunca sentira, fez estremecer-lhe o coração. Toda a sua Vida de Monja passou-lhe subitamente diante dos olhos, num instante, como uma farsa única, uma franca ofensa a Deus.

            Esta experiência diante da Estátua não foi apenas uma intuição artística; foi muito mais ! Foi uma Experiência Religiosa, para a qual se achava inteiramente desprevenida. Pela primeira vez na sua Vida, Cristo se encontrou realmente com ela. Não em forma de piedosa representação ou de um espetáculo edificante, mas numa comovente realidade. Viu-se frente à frente com Ele, sem poder esquivar-se. É possível que alguém participe, durante vinte anos, do Canto do Coro  e da Liturgia sem ter a mínima idéia de Cristo? Teresa é uma prova disso. Chegara o momento em que o Senhor lhe veio ao encontro e a fez dobrar os joelhos. Com uma autoridade sem par, o Senhor a prostrara no chão. Uma mão superior aniquilara a Alma de Teresa, sem que pessoa alguma tivesse dado um motivo, um estímulo para isto.

            O surpreendente encontro com Cristo teve amplas conseqüências. De golpe,Teresa põe termo à sua existência frívola. Nunca mais bisbilhotou no Locutório, nunca mais vacilou entre Convento e mundo. Tudo terminara definitivamente. A mudança de Teresa foi fulminante. O que havia acontecido antes não tinha importância; e o que se seguiu depois, é o acontecimento pelo qual falamos hoje de Teresa. A Estátua foi sua Experiência de Damasco. Não obstante, foi apenas o primeiro passo de uma evolução extraordinária. Teresa encontrou o Caminho; e encontrar o Caminho significa encontrar Deus. E ela continuou a trilhar este Caminho até o fim de sua Vida e não se deixou desconcertar por pessoa alguma. Agora suas qualidades, coragem e firmeza vieram novamente à tona e fizeram dela aquela mulher extraordinária, de que não consegue mais desprender-se quem uma vez compreendeu seu ser profundo.
 
             Teresa tornou-se, daí em diante, a Monja diligente, atenta, de quem nunca mais se pode dizer: “Iniciou bem, mas vacilou na caminhada”. Seu pensamento principal rezava assim: assegura que se tratava de uma Dor Espiritual, se bem que o corpo também participasse dela. Bernini tentou -representar a experiência com sua arte numa célebre escultura. O valor da obra de Bernini consiste na tentativa de dar expressão, simultaneamente, ao gozo e à dor; porém, o Anjo, com olhar apaixonado, apresenta demasiadamente a figura de um anjinho para ser autêntico. Antes de tudo é preciso que não nos deixemos seduzir pela obra de arte, pra que não nos faça crer que Teresa se encontrou continuamente em estado de Êxtase. Ela não só conheceu outros dias como também outros atos. A tentativa de verificar o ferimento na Relíquia do Coração por uma equipe médica, como o fez no século passado uma priora, visa apenas a substituir o caminho da Fé pelo caminho da demonstração científica. Esta certamente não estava na mente de Teresa. Ela relata seus Êxtases na linguagem  Cristã, que pertence ao campo mais original da experiência e não tem nada a ver com demonstração científica posterior, sobretudo por não se tratar, segundo a sua afirmação, de uma ferida corporal.
            Para Teresa, esses encontros com os Anjos significavam que Cristo se achava imediatamente a seu lado, embora não lhe fosse dado vê-lo com os olhos do corpo. Nos Êxtases, o Senhor lhe falava silenciosamente e ela se sentia atingida por seu olhar. Teresa sentia Deus presente em si mesma e julgava que, se quisesse falar sobre esse assunto, seria “falar árabe” aos seus ouvintes; não entenderiam coisa alguma.

 
Cristo Padecente. Estátua no Convento da Encarnação em Ávila. Contemplando este "Cristo gravemente ferido", Teresa provavelmente experimentou, no ano de 1554, sua "Conversão" definitiva, começando a sentir em si vivamente a presença de Deus. 

            Certa vez, durante um êxtase, Teresa ouviu as seguintes palavras:  “Quero que doravante não te entretenhas mais com pessoas humanas, mas com Anjos !”. No primeiro momento, temos a impressão de não termos lido corretamente; mas estas palavras se acham escritas, preto sobre branco, no seu Livro da Vida. Que diferença entre as conversações havidas no locutório e as falas com os Anjos ! O que o Antigo e o Novo Testamentos relatam sobre falas com  Anjos, Teresa o experimentou, embora nunca tenha revelado algo sobre o conteúdo dessas conversas. O homem moderno perdeu esta experiência por causa de sua incapacidade religiosa e, conseqüentemente, também nega simplesmente toda dimensão do Além. Não obstante, existe o Mundo dos Anjos, que nos pode ser restituído a qualquer momento. Seja como for, Teresa mantinha relações com os Mensageiros de Deus. Ela cria firmemente que o seu Anjo da Guarda a acompanhava constantemente e que lhe era dado falar com ele e, se quisesse, até tocá-lo.

            Cumpre que façamos o relato mais pormenorizado de um êxtase: Teresa viu a presença de um Anjo, que parecia estar de pé, em chamas, e viu “nas mãos do Anjo que me apareceu, um dardo  de ouro; parecia-me que na ponta de ferro havia um pouco de fogo. Tive a impressão de que me transpassava algumas vezes com o dardo o coração até o mais íntimo, e quando o tirava, parecia-me estar arrancando também esta parte íntima do coração. E quando me deixava, sentia-me inteiramente inflamada de ardente Amor a Deus. A dor dessa ferida era tão intensa que me arrancava os mencionados gemidos e queixas; mas também o enlevo que essa dor indizível produzia era tão efusivo que não me era possível ficar livre dele, nem me podia contentar com Algo que não fosse menos que Deus”.

            É difícil comentar a Transverberação do Coração, por que se trata de uma das experiências místicas mais grandiosas de todos os tempos. O acontecimento único, incompreensível, mostra que Anjo e Coração não podem ser separados e que o Mensageiro Celeste penetra as profundezas mais recônditas do ser humano. Percebemos o Anjo com o Coração e jamais com a Inteligência. Teresa

“Começamos agora; esforçai-vos sempre por começar de novo”. Na realização do constante renovamento está o segredo da Vida de Teresa. Na verdade, o segredo de toda Vitalidade Religiosa é começar a cada dia.
 
 


26 de agosto

 
Transverberação do Coração
 
de Santa Teresa de Jesus,
 
Nossa Mãe
 
 
Transverberar
 
“Transverberar: Verbo. Do Latim – transverberare
1.    Transitivo direto: coar ou deixar passar ( cor, luz, som,etc). Ex.: As frestas do casebre transverberavam o clarão pálido do luar.
2.    Transitivo indireto: transpassar um meio: reverberar, transluzir. Ex.: A luz transverberava através das frestas ( ou pelas frestas ).
3.    Transitivo indireto: derivar, partir. Ex.: Banha-o a luz que transverberava do firmamento.
4.    Pronominal: espelhar-se, manifestar-se, refletir-se. Ex.: Transverberava-se-lhe nos olhos a nobreza da Alma.
5.    Transitivo direto: manifestar, mostrar, revelar. Ex.: Seu permanente sorriso transverbera sua gentileza.
Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – Barsa.
Oração: Deus Onipotente, com o fogo de Vosso Amor, abrasastes, de modo admirável, Santa Teresa, Nossa Mãe, fortalecendo-a para assumir árduas tarefas em prol do Vosso Nome. Concedei-nos, por sua intercessão, sentir intimamente a força do Vosso Amor, o qual nos leve sempre a trabalhar por Vós com generosidade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.
“Entre as virtudes de Teresa, ocupa lugar eminente o Amor de Deus que, o próprio Jesus nela infundiu, através de muitas visões e revelações. Duma feita, fê-la sua esposa; em outra ocasião, Teresa viu um Anjo que lhe transverberava o coração com um dardo de fogo. Por estes Dons Celestes, a Chama do Divino Amor ateou-se tão ardentemente nela, que emitiu Voto de fazer sempre o que acreditasse ser mais perfeito, o que desse maior Glória a Deus”. ( Gregório XV, Bula de Canonização ).
 



Um Anjo transpassa o coração de Teresa
com o Dardo ardente do Amor Divino ( Transverberação ). 
Retábulo ( 1646 ), de Lorenzo Bernini,
                                       Roma, Santa Maria dela Vittoria.                             
Livro: Teresa de Ávila.
Texto: Walter Nigg - Fotografia: Helmuth Nils Loose. 
 

Postal
Relicário com o coração de
Santa Teresa  na Igreja do Convento de Alba de Tormes.